Os imprevistos estão presentes na gestão de qualquer área da empresa, mas o melhor é fazer tudo o que estiver ao alcance para diminuir suas chances de ocorrência.

O planejamento financeiro cuidadoso, com estimativas de gastos e recebimentos, e acompanhado por uma ferramenta eficiente de fluxo de caixa é a forma mais apropriada para evitar os infortúnios na gestão financeira. Mesmo assim, não há como impedir que situações imprevisíveis aconteçam.

Os imprevistos na gestão financeira que mais impactam a empresa são aqueles referentes a movimentações de caixa. Claro que há as possibilidades de ocorrência de um recebimento vultoso não esperado e que toma algumas horas do gestor para saber o que fazer. Nesse caso, o ideal seria se antes houvesse sido elaborado um planejamento estratégico relacionando um conjunto de projetos de investimentos para expansão da empresa os quais podem ser acelerados com a ajuda dos novos recursos não previstos. Se esse não for o caso, o melhor é aplicar o dinheiro em um fundo de renda fixa enquanto se estuda quais as oportunidades que o mercado apresenta para a empresa aproveitá-las. Não se deve ter pressa nessas ocasiões. Quanto mais o gestor tiver paciência para desenhar um plano bem fundamentado para usar os recursos, melhor. Enquanto isso o dinheiro está rendendo em uma aplicação financeira segura.

Infelizmente os imprevistos mais comuns na gestão financeira não estão relacionados no lado positivo do caixa. A maioria das vezes o empresário precisa enfrentar o desgosto de uma obrigação financeira o qual não estava preparado. Pode ser uma ação judicial trabalhista movida por um funcionário, a cobrança de multa por tributos mal calculados ou até inadvertidamente não pagos, um acidente na empresa, entre tantos outros.

O melhor a fazer, da mesma forma, é manter a calma e seguir à risca os passos do processo decisório.

Primeiramente deve-se compreender exatamente qual é o problema. A conta que chegou para ser paga é realmente devida e justa? É possível negociar o valor a ser pago? O pagamento precisa ser feito em quanto tempo? Pode-se dispor de algumas semanas ou meses para efetuar o pagamento? Quais as consequências advindas de não se pagá-la? Ou seja, o que exatamente está acontecendo?

Há muitas ocasiões de empresas que fazem pagamentos não previstos e que na verdade não eram devidos. Tratam-se não apenas dos golpes ilícitos perpetrados por marginais, mas também contas que chegam para serem pagas por motivo de erro de sistema do cobrador ou falha de comunicação em algum processo junto ao fornecedor. Apesar de ser uma situação de fácil solução, é significativa a quantidade de empresas que por falta de maior controle interno pagam valores desnecessariamente.

Em seguida no processo decisório, é importante levantar as possibilidades de ação para resolver o problema. Se a obrigação for legítima, talvez possa-se negociar parcelamento ou redução do valor. Possivelmente o compromisso possa ser compensado junto ao credor em troca de algum item, como produtos, algum ativo pouco valioso mas importante para a outra parte, ou qualquer outra forma de permuta. Existe até a possibilidade de tomar recursos emprestados no banco, a depender das circunstâncias da obrigação e das linhas de crédito disponíveis.

As ações para resolver problemas de imprevistos financeiros são muito variadas. O que há em comum em todas elas é a necessidade de o empresário respirar por alguns minutos, pensar claramente no problema e seguir esses passos básicos que devem estar presentes em qualquer processo decisório.

Marcos Sarmento Melo, Mestre

Valorum Gestão Empresarial

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