Desde 2016 o Banco Central tem reduzido  a taxa básica de juros - SELIC. Em 21 de março de 2018, o COPOM reduziu em mais 0,25 ponto percentual na taxa de juros, resultando na mínima histórica de 6,5% ao ano.

Muitos empresários ainda possuem dúvidas sobre a real influência da Taxa SELIC nas finanças empresariais e como ela afeta diretamente os retornos dos seus investimentos. É exatamente sobre isso que abordaremos neste artigo, continue a leitura e entenda.

Variação da taxa básica na decisão de investimentos

Há ainda pouca discussão sobre os efeitos que a taxa de juros provoca nas empresas, mas o impacto é muito grande.

As decisões em finanças são tomadas sempre em bases de comparação entre quais as fontes com menores custos para captação de recursos e quais as opções de investimento com maiores rendimentos esperados.

O empresário compara as alternativas de investimento que possui. Se ele vislumbrar que a alocação de recursos para uma operação empresarial lhe trará alto rendimento, ele tenderá a realizar o investimento mesmo assumindo o risco sempre associado.

Ocorre que a taxa básica de juros é a remuneração que o Tesouro Nacional do país paga a quem compra seus títulos de dívida. Se a taxa estiver muito alta, o empresário preferirá comprar tais títulos em vez de investir em produção. Ainda por cima, os títulos do Tesouro Nacional são considerados os investimentos com menor risco do mercado.

Para um projeto de investimento cuja taxa de retorno (TIR) seja calculada em 4% a.a., por exemplo, se a taxa básica de juros estiver em 7% a.a., o empresário não alocará seus recursos para realizar o projeto. Preferirá aplicar o dinheiro no mercado financeiro.

São muitas as oportunidades de investimento que poderiam ser realizadas para criar novas empresas, abrir lojas, fábricas e serviços diversos, promovendo geração de emprego e aumento de renda para todo o país, mas a taxa de juros traça uma linha na qual somente acima dela os retornos de investimentos são viáveis.

Dessa forma, se a taxa SELIC estiver em patamares elevados, o empresário não vê atrativos para investir já que o rendimento esperado é menor que a taxa de mercado e que ainda possui menos risco.

A SELIC influencia o custo do capital

Além de o retorno ficar abaixo da taxa mínima para investir, o custo do capital também passa a ser muito caro.

Os investimentos são feitos usando-se recursos de fontes as quais precisam ser ressarcidas em algum momento pagando-se o preço por havê-las usado. É fácil visualizar o processo quando se pensa em obter capital de terceiros, como empréstimos bancários, emissão de títulos como debêntures e crédito de fornecedor entre outras, para as quais se deve pagar juros, mas também para o capital próprio o custo de capital está presente.

O custo do capital próprio é formado pela taxa básica de juros, após algum ajuste, e pela compensação ao risco de o empresário não obter o retorno de seu dinheiro uma vez que não tem certeza se o investimento produtivo gerará o resultado que espera.

Então com a taxa básica de juros de 6,5% a.a., deve-se acrescer uma nova taxa como 5% a.a., por exemplo, para compensar o risco corrido pelo investidor. Assim, o custo do capital próprio seria de 11,5% a.a..

Para o empresário se sentir atraído em colocar seus recursos em qualquer projeto a esse nível de risco, a rentabilidade esperada precisa ser igual ou superior a 11,5% a.a.. No país em período de recessão com queda geral nas vendas de produtos e serviços, uma quantidade limitada de oportunidades de investimento conseguem auferir tal rentabilidade.

A importância da taxa básica de juros no processo decisório

Os gestores financeiros e empresários em geral têm dificuldade em inserir no processo decisório a comparação da taxa básica de juros com a rentabilidade dos projetos nos quais se pretendem investir.

No serviço de consultoria empresarial prestado pela Valorum, o Método Valorum, observa-se em quase na totalidade dos casos que os gestores pouco consideram o nível da taxa de juros para tomar suas decisões. O motivo está principalmente na dificuldade em se calcular a rentabilidade da empresa e de cada projeto em execução para compará-la com a taxa básica de juros.

A consequência é a observação de uma grande quantidade de projetos que, se fossem analisados com maior precisão o que seus fluxos de caixa têm a revelar, teriam rentabilidades inferiores ao nível mínimo para sua sustentação no longo prazo. Quanto mais tempo tais projetos permanecem em atividade, maior o impacto nos resultados gerais da empresa.

Agora que entendeu o real impacto da Taxa SELIC na empresa e deseja continuar aprendendo sobre finanças corporativas, assine nossa newsletter e receba as novidades do nosso blog diretamente no e-mail.

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