A frase de Sêneca remete à imagem do barco à deriva em alto mar. Ele não traça seu destino e não possui qualquer controle sobre sua existência. A maioria das empresas é assim.
A maior parte do tempo dos gestores é preenchida pelo esforço em resolver problemas cotidianos e que sequer deveriam ter acontecido.
Os empresários e principais gestores deveriam dedicar a maior parte de seu tempo para planejar e executar as ações para atingir objetivos bem traçados. Não há porque esperar, a hora de planejar é agora.
Os tópicos mais importantes de um planejamento estratégico são a definição de missão, as oportunidades, ameaças, pontos fortes e pontos fracos da empresa, os objetivos, a estratégia, as ações e o cronograma para cumpri-las.
A missão estratégica é a expressão da razão de existir da empresa. Ela precisa ser bem pensada, rabiscada, melhorada e validada com os demais colaboradores para representar o verdadeiro motivo de a empresa continuar seu trabalho. Procure não especificar demais nem generalizar demais a missão. Ela precisa ser adequada para durar para sempre.
As oportunidades e ameaças são a interpretação dos acontecimentos que devem ocorrer no ambiente externo à empresa e que poderão colocar sua existência em risco ou favorecê-la. Estabeleça um horizonte de tempo para a duração de seu planejamento estratégico, cinco anos é um bom período, e depois procure listar as tendências para diversas áreas: economia de sua cidade e de seu país, comportamento do consumidor de seu produto, aspectos demográficos, cultura, concorrência, fornecedores, tecnologia, mercado de trabalho, política e outros. Anote os pontos mesmo que ache não sejam importantes à primeira vista. Em seguida, procure analisar o que poderá dificultar ou facilitar o crescimento de sua empresa. Anote as possíveis ações para aproveitar as oportunidades e para se preparar para as ameaças.
O próximo passo é mergulhar nas competências de sua empresa. O que ela sabe fazer bem em relação à concorrência: talvez controle de fluxo de caixa, pessoal motivado, produto diferenciado, custo reduzido de fabricação, e assim por diante.
Liste também o que sua empresa é deficiente em fazer, por exemplo: atendimento ruim, pessoal pouco qualificado, baixa padronização do produto vendido, localização desfavorável, e outros. Essa é uma etapa difícil de cumprir, mas é muito reveladora.
Uma vez percebido o que deverá acontecer no futuro e quais são seus pontos fortes e pontos fracos, é preciso estabelecer objetivos que aproveitem suas competências e que não se apóiem justamente no que sua empresa é deficiente. Se puder até aprimorar o que está precisando, ótimo.
Os objetivos precisam ser compatíveis com a análise dos ambientes externo e interno e ser bastante claros e mensuráveis, por exemplo: faturamento anual, número de clientes atendidos no ano, índice de satisfação dos clientes, participação no mercado, número de fornecedores, amplitude de atuação geográfica, número de linhas de produtos e outros. Os objetivos para o final do período do planejamento estratégico podem ser desmembrados ano a ano para permitir a avaliação de seu cumprimento.
A etapa seguinte é estabelecer a estratégia para atingir os objetivos. A estratégia é o caminho geral por onde suas ações deverão seguir, por exemplo: a de atingir os objetivos pela diferenciação de seu produto em relação à concorrência, ou de redução contínua do custo para ampliação das vendas, ou pela aquisição de outras empresas, ou pela absorção de outras atividades relacionadas à sua operação (verticalização). A estratégia é importante para dar coesão às ações a serem cumpridas.
O tópico dos cursos de ação é o detalhamento do que será feito para atingir os objetivos dentro de um cronograma. Para cada objetivo definido devem haver várias ações específicas e cada qual com uma data de início e término para execução. O cumprimento de todas as ações deve levar a empresa a atingir os objetivos programados.
Assim, sua empresa terá um rumo e um leme. Com determinação, bons ventos sempre haverão de soprar a seu favor.